Rua Henrique Linderberg, 178 - Tatuapé - SP
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Escrito por Isabel Cristina Santana Lima
A Educação infantil é reconhecida nas diretrizes educacionais mostrando a importância do reconhecimento para o desenvolvimento integral da criança e os fundamentos que vigoram o educar infantil. A cultura de infância teve diversos processos históricos e hoje na atualidade existem focos para aprendizagem infantil. A linguagem é fundamental na vida do homem, sendo necessário para comunicação e informação, no qual a leitura e a escrita fazem partes das práticas sociais. O letramento traz situações diversificadas e pode acontecer através de situações variadas. Se o homem é mediado por múltiplas linguagens que produz conhecimentos sobre a sociedade, é possível levar práticas desde a infância.
A Educação Infantil apesar da cultura focada mais na brincadeira, a criança desde quando conquistou o reconhecimento na educação para desenvolvimento e aprendizagem, tendo a escola como complemento, surgiram questões do que a criança poderia aprender, o que poderia ser essencial e o que poderia ser complementado. O letramento na Educação Infantil pode ser uma forma de aproximar a criança da linguagem e das práticas sociais. “A educação de crianças pequenas no Brasil tem se constituído em paralelo à conquista de direitos da infância na sociedade”. (QUEIROZ; VILHENA; PINEDA, 2016, p. 5).
A justificativa do trabalho tem a performance diante das práticas e abordagens quanto a educação e o letramento, onde ele deve ser iniciado, como essa prática pode facilitar. Na atualidade, ainda educadores estão focados em métodos antigos e muitos ainda tratam a Educação Infantil um roteiro de cuidar e brincar sem fundamentos de aprendizagem.
O objetivo geral do trabalho é abordar formas do letramento como ferramenta de desenvolvimento para Educação Infantil e tem como objetivos específicos avaliar o desenvolvimento da criança na Educação Infantil, verificar a linguagem na formação cidadã e os benefícios do letramento na infância.
Deste modo, como é possível trabalhar a linguagem com a criança de modo que ela use nas práticas sociais? O percurso do trabalho dá início com algumas temáticas do desenvolvimento infantil e no segundo capítulo apresenta formas de como a linguagem é importante na condição humana de desenvolvimento e finaliza com argumentos do letramento na Educação Infantil.
Segundo Queiroz, Vilhena e Pineda (2016) o reconhecimento da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96 apontou como finalidade do Ensino de Educação Infantil o desenvolvimento integral da criança, desde os seus aspectos sociais, culturais, físicos, intelectuais e psicológicos, completando a ação da família e comunidade, no qual foi a partir da década de 1990 que as pesquisas na área da educação de crianças menores de 7 anos ganhou espaço e contribuiu para os avanços da educação infantil, sobretudo após o reconhecimento desta etapa de ensino como parte da educação básica brasileira.
De acordo com Oliveira [et al] (2012) a concepção de infância são construções históricas, em cada época predominam certas ideias de criança, de como ela se desenvolve e quais comportamentos e conhecimentos ela deve apresentar, sendo preciso repensar como circulam na sociedade concepções sobre o desenvolvimento da criança, o papel da família, comunidade, instituição educacional e os órgãos governamentais que orientam ações diversas.
Junto a seus pares, e essencialmente por meio das brincadeiras de faz de conta, as crianças produzem e partilham uma cultura da infância, constituída por ideias, valores, códigos próprios, formas específicas de compreensão da realidade, que lhes permitem não apenas reproduzir o mundo adulto, mas (re) significa-las e reinventá-lo, num processo de reprodução interpretativa. (SALES; FARIA, 2012, p. 121).
Desta Forma, as crianças através de uma cultura da infância, desenvolve comportamentos e conhecimentos próprios que usam para compreender a realidade e entender o mundo adulto. Queiroz, Vilhena e Pineda (2016) coloca que antigamente, acreditava-se que qualquer pessoa pudesse cuidar de crianças pequenas, mas, a partir da LDB, passou a ser exigido por lei que este profissional apresentasse formação específica para atuar em creches e pré-escolas.
Assim, completando a ação da família e da comunidade, a instituição de Educação Infantil assume o papel educador para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. “Devemos considerar o papel da escola como uma instituição que traz em seu bojo a função social de formar o sujeito em diferentes dimensões, dentre elas, a dimensão subjetiva, isto é, seu desenvolvimento enquanto sujeito histórico, social e cultural.” (QUEIROZ; VILHENA; PINEDA, 2016, p. 22). As autoras colocam que o desenvolvimento é como sujeito, agir na sociedade, sendo importante então, para trabalhar com crianças, ser considerado alguns princípios elementares, como os processos
de desenvolvimento da aprendizagem infantil, no qual é fundamental entender que cada criança tem um caminho próprio de desenvolvimento e que o conhecimento resulta da prática social. Ou seja, cada criança é única, com pensamentos próprios e diferentes vivências. Cartaxo (2013) relata de como é importante a necessidade de compreender de como a Educação Infantil é constituída na atualidade comparado a outros tempos no que diz a respeito às políticas destinadas à sua organização e efetivação do projeto político-pedagógico em compreensão ao desenvolvimento da criança e organização do trabalho pedagógico.
De acordo com Sales e Faria (2012) a linguagem é considerada uma capacidade humana de compartilhar significados, de expressar e produzir sentidos ao qual constitui a consciência e forma os sujeitos sociais e históricos, possibilitando de elaborar e partilhar a vida uns com os outros, se apropriando da cultura, produzindo-a e transformando-a, sendo a linguagem estruturada de várias formas, como a linguagem verbal (oral e escrita), gestual, plástica, brincar, linguagem musical, etc. E no decorrer do processo da construção da cultura, segundo as autoras, os homens são mediados por múltiplas linguagens que produz conhecimentos sobre a sociedade. “As crianças de certa forma, reconstroem o caminho percorrido pela humanidade.” (SALES; FARIA, 2012, p. 108). Sales e Faria (2012) coloca que dependendo da forma como o adulto atua nesse seu processo de reinvenção do mundo, as crianças podem apenas se apropriar mecanicamente das conquistas culturais da humanidade, considerando como tudo estando pronto ou elas podem ser autoras, redescobrindo e transformando o mundo, á sua maneira e de acordo com as possibilidades que é guiado para seu desenvolvimento, acompanhadas pelo desejo de aprender.
Desta maneira, a criança para o desenvolvimento da linguagem, depende de como os adultos vão agir na sua educação, se vão criar possiblidades ou apenas acostumar a criança a conviver como as coisas estão. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), trabalhar a linguagem com crianças pequenas se constitui em um eixo básico para esse nível de escolaridade, uma vez que é fator primordial para a formação do sujeito e para a interação com o próximo. Além disso, a linguagem orienta as ações da criança, ajuda a construir conhecimentos e promove o desenvolvimento do pensamento. (QUEIROZ; VILHENA; PINEDA, 2016, pp. 105 e 106). As autoras questionam que não basta que as crianças aprendam apenas as palavras, mas entendam os significados culturais para que elas possam ter possibilidades de entender a maneira como as pessoas agem ao redor, pertencendo ao meio sociocultural, para entender, interpretar e representar a realidade social.
Para aprender a ler e a escrever, a criança precisa construir um conhecimento de natureza conceitual: precisa compreender não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela representa graficamente a linguagem. Isso significa que a alfabetização não é o desenvolvimento de capacidades relacionadas à percepção, memorização e treino de um conjunto de habilidades sensório-motoras.
É, antes, um processo no qual as crianças precisam resolver problemas de natureza lógica até chegarem a compreender de que forma a escrita alfabética em português representa a linguagem, e assim poderem escrever e ler por si mesmas. (BRASIL, 1998, p. 122). Desta maneira, as considerações para a leitura e a escrita devem estar vinculadas ao uso social, onde a criança não aprende para o desenvolvimento de percepção e memorização, mas usar a linguagem com autonomia e compreensão do uso de forma construtiva.
A aprendizagem da língua escrita aparece como “um processo de construção de conhecimento pelas crianças por meio de práticas que têm como ponto de partida e de chegada o uso da linguagem e a participação nas diversas práticas sociais de escrita. (BRASIL, 1998, p. 122).
Brandão e Rosa (2011) coloca que é consenso nas sociedades contemporâneas a leitura e a escrita fazem parte de um patrimônio cultural que deve ser disponibilizado a todos e a cultura letrada faz parte do cotidiano, mesmo que apresente variações linguísticas e segmentos diferenciados específicos de cada população, devem ser incluídos a leitura e a escrita para crianças na infância. Desta forma, as autoras defendem que na Educação Infantil é importante garantir que crianças vivenciem situações diversificadas em contato com a escrita, porém, não deixe perder o foco central do cotidiano infantil que é a brincadeira, e através da brincadeira a criança pode participar e conhecer o mundo adulto e ingressam na cultura da escrita, mas que esta não seja um fardo para as crianças.
De igual modo, as crianças podem aprender a interagir por meio da escrita e podem participar de situações variadas em que os adultos ou crianças mais experientes possibilitem o contato com os textos que circulam socialmente. (BRANDÃO; ROSA; 2011, pp. 21 e 22). Assim, ao promover atividade de linguagem oral e escrita, a escola de educação infantil permite que as crianças ampliem sua capacidade
de comunicação e expressão e de acesso ao mundo das letras, uma vez que essa ampliação está relacionada às quatro principais competências linguísticas básicas, a saber: falar, escrever, ler e escutar. (QUEIROZ; VILHENA; PINEDA, 2016, p. 106). Brasil (1998) coloca que as pesquisas na área da linguagem tendem a reconhecer que o processo de letramento está associado tanto à construção do discurso oral como do discurso escrito e seu uso nos meios urbanos por parte das crianças, desde pequenas, estão em contato com a linguagem escrita por meio de seus diferentes portadores de texto, como livros, jornais, embalagens, cartazes, placas de ônibus etc., iniciando-se no conhecimento desses materiais gráficos antes mesmo de ingressarem na instituição educativa.
Desta forma, a criança já adquire o contato com a escrita desde a infância mesmo não frequentando uma instituição de educação. As crianças pelas atividades na família, carregam conhecimentos de sua vivência.
Elas começam a aprender a partir de informações provenientes de diversos tipos de intercâmbios sociais e a partir das próprias ações, por exemplo, quando presenciam diferentes atos de leitura e escrita por parte de seus familiares, como ler jornais, fazer uma lista de compras, anotar um recado telefônico, seguir uma receita culinária, buscar informações em um catálogo, escrever uma carta para um parente distante, ler um livro de histórias etc. (BRASIL, 1998, p. 122).
O letramento, de certa forma, está vinculado nas atividades sociais desde a infância e o aprendizado depende do ambiente letrado que a criança frequenta e as ferramentas de letramento que ela se habitua no dia-a-dia. Desta maneira, a participação das crianças em atividades
de letramento deve ser configurada a um ambiente alfabetizador, que, segundo Brasil (1998), é importante quando as crianças de comunidades pouco letradas, em que têm pouca oportunidade de presenciar atos de leitura e escrita junto com parceiros mais experientes.
Isso, de certa forma, conforme Brasil (1998) as hipóteses elaboradas pelas crianças em seu processo de construção de conhecimento não são idênticas em uma mesma faixa etária, porque dependem do grau de letramento de seu ambiente social, ou seja, da importância que tem a escrita no meio em que vivem e das práticas sociais de leitura e escrita que podem presenciar e participar
A educação Infantil tem como base educacional o desenvolvimento e aprendizagem focados na criança e seu comportamento na sociedade que apesar das responsabilidades da família, sociedade e governamental, o intuito é que a criança crie autonomia e pelo seu desenvolvimento seja um transformador social. Mas, a criança depende da mediação dos adultos para ter acesso nas formas de se comunicar com a sociedade que está inserido, onde o educador, através de práticas educativas, pode beneficiar a criança com atividades que não perca o foco de infância, mas ao mesmo tempo, faça a mediação da criança com a linguagem e a sociedade. O letramento, portanto, é primordial ser trabalhado desde a Educação Infantil, pois através dele a criança se habitua com a leitura e a escrita, possibilitando- a de interagir com práticas sociais desde a infância, não como critério de conhecimento, mas como ferramentas construtivas na evolução do saber.
ISABEL CRISTINA SANTANA LIMA
Graduada em pedagogia pela faculdade Luterana do Brasil- ULBRA – 2008. Graduada em letras Português/Inglês em 2004 pela Universidade Guarulhos UNG. Professora de Educação Básica no CÉU/CEI Cidade Dutra- Interlagos.
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